O agora tem uma característica cósmica, líquida, para quem tenta levantar da cama com um espírito filosófico para viver coisas meramente cotidianas. Isso tem uma magia, mas é incrivelmente inquietante, trazendo ao ser ansioso as atribulações que poucos conseguem conviver. E essa dificuldade de interpretar o agora para viver com certo conforto diante dos sentimentos que chegam impregnados nas notícias, nos áudios, nos vídeos sem sentidos que jorram pela latrina da internet, é perfeitamente normal, mas tão somente se aceita pelo nosso ser.
Caso contrário, nos tornamos aquela sacola branca que se destaca perdida no infinito azul, catapultada por um redemoinho invisível, mas existente.
E por mais que estejamos sendo ludibriados em estar próximos ao céu, estamos perdidos, apenas arremessados, sem asa, até onde as coisas nos quiserem levar.